quinta-feira, dezembro 14, 2006

Encontrei-a na janela do meu quarto, e lembrei-me de tirar umas fotos. É uma Osga-comum (Tarentola mauritanica) com alguns dias de vida, suponho eu. É bastante pequena, tendo em conta que os adultos podem chegar a atingir mais de 15 centímetros...

Photobucket - Video and Image Hosting

Photobucket - Video and Image Hosting

domingo, dezembro 10, 2006

Atendendo a inúmeros pedidos (pronto, foram só dois...), vou fazer um post para reanimar este blog. Não tenho escrito por várias razões: trabalho, falta de tempo, e a princípal: sou terrívelmente preguiçoso. Não me levem a mal, é que já nasci com esta característica.
Mas não foi por deixar de escrever no blog que deixei de fotografar, e muito menos de correr todos aqueles sítios em que a probabilidade de fazer descobertas impressionantes é mais alta que o normal. Para mim uma descoberta impressionante foi esta:

Salamandra salamandra gallaica

Salamandra salamandra gallaica

Salamandra salamandra gallaica

Salamandra salamandra gallaica

Salamandra salamandra gallaica

De volta a 'casa':
Salamandra salamandra gallaica

Um exemplar adulto de Salamandra salamandra gallaica, ou Salamandra-de-fogo. Esta já tem alguns anos de vida, não sei precisar ao certo quantos. Tirei esta conclusão tendo em conta a taxa de crescimento destes seres, que é bastante lenta.
Foi encontrada debaixo de uma pedra de tamanho considerável, dia 7 de Setembro, no Montejunto (que cada vez mais tem sido um ponto de referência quanto aos anfíbios), e encontrava-se em estivação, ou seja, um período de inactividade (tal como a hibernação) devido a temperaturas demasiado altas.

Impressionante, não é? Bem, pelo menos quando a descobri o meu ritmo cardíaco acelerou... Nunca me tinha deparado com um animal daquela espécie com um porte assim...

domingo, setembro 24, 2006

O nome...

Concerteza há muitas dúvidas quanto à pronunciação do nome 'Chioglossa'...
Ora vejamos, trata-se de um nome em latim, Lingua em que se "Chi" se lê "Qui"...
Penso que este pequeno esclarecimento tenha ajudado...

terça-feira, setembro 12, 2006

29/8/2006

Mais uma ida ao Montejunto, mais uns bichos... Desta vez à volta do lago.

Deparei me com as típicas e numerosas rãs-comuns (Rana perezi)... mas rapidamente me dei conta dumas cobritas a deambular. Eram cobras-de-água-de-colar (Natrix natrix), aquelas que deitam um cheirinho muito 'agradável' quando perturbadas, daqueles cheiros que fazem o pequeno-almoço vir acima. Muitos sabem do que estou a falar; e muitos outros, tal como eu, desejariam que a cobra mordesse em vez de fazer isso. São os ossos do ofício...
Mas o que me intrigou na realidade foi o facto de elas existirem naquele local. Nunca as tinha visto por lá. Estas eram crias, não haviam adultos na zona, o que me leva a pensar que tenha sio alguém que as tenha introduzido no lago. E fez bem. A quantidade de Gambuzia affinnis e Rana perezi naquele lago é, sem dúvida, preocupante.

Photobucket - Video and Image Hosting

Photobucket - Video and Image Hosting

E para finalizar, um juvenil de Triturus marmoratus pygmaeus, tritão-marmoreado, encontrado debaixo de uma pedra à volta do lago:

Photobucket - Video and Image Hosting

segunda-feira, setembro 11, 2006

Errata

No post 'Às voltas no Ribatejo', a espécie de louva-deus que nós descrevemos como sendo desconhecida é na verdade um exemplar de Empusa pennata, uma espécie de louva-deus que utiliza o mimetismo (ou seja, a camuflagem) como arma de defesa e ajuda ao ataque, daí a dificuldade de observação dos mesmos.




E confirma-se que os girinos referidos no mesmo post são, tal como se pensava, da
espécie Pelobates cultripes, Sapo-de-unha-negra.

"Não mexas que tem peçonha!!"

...foi me dito isto muitas vezes. É um dos mártires da nossa fauna. A osga. Há uma mão cheia de mitos sobre elas, e coitadas, nunca fizeram mal a ninguém. Têm a fama mas não têm o proveito. A insistencia das pessoas em acreditar neste e naquele mito dá vontade de rir a qualquer pessoa que perceba minimamente do assunto.
Um dia destes deu me 'na gana' e trouxe esta pequena para o mini-estudio cá de casa. É uma das que habitam entre as telhas de minha casa. Depois soltei-a.

Photobucket - Video and Image Hosting

Olhos desta beleza não se encontram com muita facilidade. Mas ainda há quem ache que é bonito matá-las porque 'caem na sopa e matam as pessoas'. Mas isto é a minha opinião.

Mais uma vez: qualquer insulto, sugestão, elogio, correcção, etc, por favor usar a caixa de comentários ou enviar mail para sgallaica@gmail.com.

Cumprimentos.

Directas e ferraduras...

6 de Julho de 2006

Fiz directa. Não havia maneira de estar a pé às 6 da manhã sem ser assim. Pelo menos para mim.
Peguei na máquina e na garrafa de água, meti na mochila e lá fui eu rumo a uns terrenos perdidos ali prós lados da antiga Knorr, no Carregado. Cheguei.
Já tinha dado umas voltas por aquele terreno. É um terreno dificil de 'vasculhar'... muita erva, comprida, mas calcada ao chão. Muitas tocas de coelhos, e a tal erva seca. Comecei a andar, a andar, a andar... Nada. Pelo menos no que toca a répteis, porque coelhos e os seus 'vestígios alimentares' não faltavam.
Andei quase 2 horas por aquele terreno que, acreditem, é grande.

Chegou a uma altura que me fartei do nada e, desiludido, fiz o caminho de volta. Chega a uma altura que sou confrontado com certas e determinadas situações: uma mulher de seus belos 60 e tal anos começou a chamar-me lá do fundo, como se tivesse alguma coisa a ver com o que eu estava ou não a fazer. Às vezes questiono-me: por que é que o Gouxa não dá mais cedo??

E pouco depois deste frustrante momento em que a terceira idade me chama lá do fundo - e como diz o povo: 'não há fome sem fartura' - lá houve o momento alto da viagem... Uma cobra-de-ferradura(Coluber (Hemorrhois) hippocrepis). Já valeu a pena. Vi-lhe a ponta da cauda, pois o resto já tinha fugido para o arbusto... Tive sorte, pois naquela altura tive o reflexo de meter a mão em cima. Lá levei uma dentadita - menos uns miligramas de sangue, é verdade... Mas quem corre por gosto não cansa (...hoje estou numa onda de sabedoria popular).

Ora aqui está:

Photobucket - Video and Image Hosting

Photobucket - Video and Image Hosting

Photobucket - Video and Image Hosting

E resume-se a isto...Se acabaram agora de ler, por favor critiquem, insultem, elogiem, é para isso que serve a opção de comentários. Espero que tenham gostado.

Cumprimentos...

sexta-feira, junho 23, 2006

Monte Redondo

[Após algum tempo de 'inactividade' neste blog, cá vou escrever mais umas linhas sobre algumas das nossas descobertas...]


Durante uns tempos andámos com o hábito de fazer caminhadas, nomeadamente na Serra de Montejunto, Monte Redondo, entre outros, no nosso concelho (Alenquer). São boas oportunidades para observar alguns animais menos vistos...

Área circundante do Monte Redondo, 13 Maio de 2006

O dia estava 'horrivelmente' quente, embora o vento atenuasse o calor...Repare-se que o terreno era muito mas muito seco...
A primeira obervação (note-se que o dia foi pouco 'produtivo', logo esta foi uma das poucas observações feitas) foi a de um exemplar adulto de Sardão, Lacerta lepida... Devia ter uns 60 cm, mas a rapidez com que nos passou à frente foi tal, que nem tive tempo para sacar da máquina fotográfica...

O nosso objectivo principal era a lagoa aí existente...Normalmente é onde é observada vida animal com mais facilidade - pelo menos a essa hora do dia. Pelo caminho apenas reparei numa centopeia da espécie Scolopendra cingulata, parecia esmagada por algo, estava num estado lastimável...Mais em frente uma pequena cobra morta, não sei especificar a espécie.
Lagartixas haviam muito poucas, no geral estava tudo bastante deserto de animais...De certeza que era por estarmos em horas de maior calor.

Começámos a entrar numa zona de eucaliptos...se antes estava deserto, nessa zona nem vale a pena dizer nada...
Saímos do eucaliptal, e finalmente chegámos ao dito lago; era bastante grande, a água não parecia poluída, pois não havia habitações perto do mesmo...
Começámos a notar na imensa quantidade de pequenos seres a movimentar-se no chão, centenas deles...
Eram Sapos-corredores (Bufo calamita)! Tinham acabado de emergir da água, daí o pequeno tamanho e a grande quantidade deles... eis as fotos:
Bufo calamita

Bufo calamita

Bufo calamita

É uma especie relativamente pouco comum em Portugal. Tem o nome de Sapo-corredor pois o seu modo de locomoção é através de pequenas 'corridas', em vez do habitual salto. Alimenta-se de insectos e cresce até 6-7 cm...

Estes exemplares que observámos vinham concerteza de uma única fêmea, pois encontravam-se todos na mesma região do lago, fêmeas essas que podem chegar a depositar 2000 ovos.

Ocorre numa grande variedade de habitats, desde areais costeiros até zonas montanhosas.

É presa de inúmeros animais, como mochos, corujas, víboras e cobras de água...Como defesa incha e eleva o corpo, segregando por vezes, através das glândulas parótidas, um muco esbranquiçado que irrita as mucosas do corpo dos animais (incluindo o ser humano).

Há um mito que diz que estes animais urinam para os olhos, o que é totalmente falso.

segunda-feira, maio 08, 2006

No Montejunto...

No dia 07/05/06 fomos dar uma volta pelo Montejunto... Saímos de casa bem cedo, a manhã estava agradável, embora um pouco fria...
Chegámos lá, parámos o carro, e fomos percorrer um trilho... Era muito fácil de o fazer de carro, mas caminhar torna a observação de pequenos pormenores muito menos complicada, além de ser muito agradável...
No caminho lembrámo-nos de que nenhum de nós tinha trazido máquina fotográfica, o que iria certamente fazer-nos perder boas oportunidades para boas fotos...

Apesar do tempo não ter sido muito, ainda tivemos tempo para a observação de uma cobra-de-escada (Elaphe scalaris). Estava debaixo de um pedra, à espera que a temperatura aumentasse para poder ir apanhar raios solares e se aquecer... (Fotos tiradas com telemóvel)


Era ainda juvenil, daí o padrão em escada (de onde provém o nome comum), padrão este que com a idade se vai atenuando até ficar só com riscas longitudinais ou um padrão monocromático...

Esta sim, bastante agressiva, chegou a morder-me, o que provou ser totalmente ineficaz, porque daquele tamanho, nunca poderia chegar a provocar dor...
É uma cobra aglifa (não venenosa), alimenta se de micro-mamíferos e répteis, ovos de aves, aves, crias de coelho e também anfíbios. Chega com alguma frequência a atingir os 2 metros de comprimento, embora o normal seja por volta de 1, 50 m, quando adulta...

Vimos também mais uma cobra, mas como estava no meio de um aglomerado de silvas, foi impossível sequer identificá-la decentemente...Seria talvez uma cobra-ferradura (Coluber hippocrepis) mas não temos certezas...

Lagartixas (Psammodromus algirus) eram demasiadas para contar...

Também encontrámos uma raridade, um rato doméstico... Provavelmente nesta altura está no estômago de uma Elaphe scalaris qualquer...

As fotos são poucas e de fraca qualidade, pedimos desculpa... Da próxima serão melhores e se possivel com animais (realmente) perigosos. É disso que o povo gosta.

Até à próxima...